Coluna da sexta-feira

01:09 Blog do Adeildo Alves 0 Comentários


01/09

2017


http://www.blogdomagno.com.br/admin/ckeditor/ckfinder/images/fffaebc73e.jpg    A primeira grande reviravolta
O ingresso do senador Fernando Bezerra Coelho no PMDB, antecipado, ontem, por este blogueiro, é o fato mais importante do processo eleitoral de 2018. Permite uma reviravolta no cenário que estava se desenhando para o projeto de reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). Sem o PMDB em sua coligação, o PSB perde um expressivo tempo na propaganda eleitoral.
Sem Jarbas, que pode se aliar a Fernando Bezerra, o governador perde, igualmente, um aliado de peso, a quem já havia garantido uma das vagas na disputa para o Senado. Com o PMDB nas mãos, o senador ganha mais aderência no Estado para construir uma candidatura – que deve ser a do seu filho, o ministro Fernando Filho (Minas e Energia) – para o Governo do Estado.
Com o maior tempo de televisão entre todos os partidos, o PMDB tem, também, uma superestrutura partidária, com diretórios em todos os municípios do Estado. É por isso que Jarbas, mesmo isolado pelo comando nacional da legenda, não abre mão de continuar na legenda. Seu reinado, entretanto, começa a chegar ao fim com ascensão de Fernando, que tem trânsito com a cúpula nacional, é amigo de Eunício Oliveira e Romero Jucá, além de gozar de prestígio com o presidente Temer.
Tão prestigiado que, mesmo na condição de dissidente do PSB, emplacou o filho na pasta de Minas e Energia. Sem o PMDB na sua coligação, Paulo Câmara, que hoje já não tem PSDB nem o DEM mais como aliados, sofre um grande baque no tempo de televisão, o que dificultará sua campanha, embora as redes sociais exerçam um papel preponderante na difusão das ideias do candidato pela internet.
Se Paulo sai perdedor, igualmente complicada fica a situação de Jarbas, que ontem disse, na rádio JC, que as chances de abandonar o projeto de reeleição do governador beiravam a zero. Se for assim, para onde caminhará o ex-governador? Seus aliados fizeram questão de informar, ontem, que ele fica no PMDB, já está entendido com Fernando e que será o candidato a senador na chapa do postulante a governador encabeçada pelo partido.
A jogada de mestre de Fernando Bezerra, ao cooptar para ele o comando do PMDB, foi, por outro lado, o troco dado ao PSB que nunca o prestigiou. Mesmo tendo sido eleito senador, emplacado um filho deputado federal e outro filho deputado estadual, Fernando não indicou um contínuo no Governo Câmara. No plano nacional, o partido, além de não apoiar a indicação do seu filho para o Ministério de Temer, o perseguiu, abrindo um processo de expulsão no Conselho de Ética.
NOS FINALMENTES– Mesmo não tolerando a cúpula do PMDB, o deputado Jarbas Vasconcelos tem encontro agendado, na próxima semana, com o presidente do Senado, Eunício Oliveira, e o presidente da executiva nacional, Romero Jucá. Em pauta, os desdobramentos da decisão do partido de receber com honras de rei e tapete vermelho o senador Fernando Bezerra Coelho, o novo e verdadeiro mandachuva do diretório estadual. Não se sabe ainda se as conversas serão individualmente ou em conjunto.
PT e PSB reataram namoroA reaproximação do PT ao PSB não é retórica. Lula disse, ontem, que é uma saída para isolar a provável candidatura do ex-ministro Ciro Gomes. As tratativas estão bem adiantadas na cúpula de ambos os partidos. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, foi visto, esta semana, jantando com o líder do PT no Senado, Humberto Costa. Certamente, não estavam tratando de abobrinhas nem falando sobre o sexo dos anjos.  
Sem reforma política– O deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ) afirmou, ontem, ver a possibilidade de que os parlamentares não consigam nenhuma mudança eleitoral a tempo para o pleito de 2018. Segundo o deputado, integrante da comissão da reforma política na Câmara, o problema é que vários grupos que condicionam a votação em itens mais consensuais, como a questão da coligação proporcional e a cláusula de barreira, a temas mais polêmicos como o financiamento de campanha e o sistema de votação. "Esse jogo de interesses múltiplos com atores diferenciados pode produzir um resultado igual a zero", alertou.
Ato falho– A decisão da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, de escolher o deputado sertanejo Guilherme Coelho como representante do município junto à bancada federal contrariou o deputado Wolney Queiroz por razões óbvias: afinal, o parlamentar é o único e autêntico representante de Caruaru no Congresso. Mas a prefeita, que ainda não desceu do palanque, embora tenha contado com o apoio do deputado e do seu pai José Queiroz no segundo turno, preferiu ignorar a força e o prestígio do pedetista. Num desabafo a um blog, Wolney disse que continua sendo fiel aos interesses de Caruaru no Congresso.
Armando quer discutir o projeto- O senador Armando Monteiro considerou um fato extremamente positivo a travessia do senador Fernando Bezerra para o PMDB, porque saindo da base governista, o partido, por ter grande tempo de TV, pode fortalecer as oposições. Ele só acha precipitado, entretanto, em antecipar nomes para a chapa majoritária. “O que nós temos que construir neste momento é um projeto que leve Pernambuco ao rumo do desenvolvimento e que abra novas perspectivas. Nomes, isso fica para uma outra etapa, com todos abertos para montagem de uma chapa extremamente competitiva”, afirmou.  

CURTAS
ARCOVERDE– O vice-prefeito de Salgueiro, Chico Alencar, já está praticamente rompido com o prefeito Clebel Cordeiro (PMDB). A motivação está relacionada a uma relação tencionada entre dois auxiliares do primeiro escalão, ligado ao vice, com o prefeito, que que tem um temperamento muito difícil.
TENSÃO– O prefeito do Recife, Geraldo Júlio, cancelou toda a sua agenda administrativa ontem e decolou para Brasília depois que soube da ida do senador Fernando Bezerra para o PMDB. Para Geraldo, se o PMDB deixar de compor a aliança que será montada em torno da reeleição do governador Paulo Câmara será um grande baque.
Perguntar não ofende: Quantos prefeitos Fernando Bezerra arrasta para o PMDB? 

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