Câmara aprova urgência para ampliar isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil
Projeto que beneficia trabalhadores com renda de até cinco mil reais mensais avança no Congresso com apoio unânime dos partidos.

A Câmara dos Deputados deu um passo importante nesta quinta-feira (21) para a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. Os parlamentares aprovaram por unanimidade o requerimento de urgência para o projeto que eleva o limite de isenção dos atuais R$ 3.036,00 para R$ 5 mil mensais. A votação simbólica contou com orientação favorável de todas as legendas partidárias, desde o PT até o PL, demonstrando o consenso político em torno da medida.
O projeto, que já havia sido aprovado em comissão especial, agora poderá ser votado diretamente pelo plenário da Casa, sem passar por outras comissões. Segundo o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), ainda não há data definida para a análise do mérito da proposta pelos deputados. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que discutirá com as lideranças partidárias o cronograma para a votação final do texto.
A proposta representa o cumprimento de uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, estão isentos do pagamento do Imposto de Renda os trabalhadores que recebem até dois salários mínimos, equivalente a R$ 3.036,00. Com a aprovação do projeto, essa faixa será ampliada para contemplar quem ganha até R$ 5 mil por mês. Além disso, o texto prevê um desconto parcial para contribuintes com rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350,00.
O impacto fiscal da medida está estimado em R$ 25,8 bilhões para 2026. Para compensar a redução na arrecadação, o relator Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, manteve a proposta do governo de criar uma tributação progressiva de até 10% sobre rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil. A alíquota máxima incidirá sobre quem recebe a partir de R$ 1,2 milhão por ano, garantindo que o ajuste fiscal seja feito por meio da taxação dos contribuintes de maior renda.
Segundo cálculos apresentados no parecer, mesmo com a ampliação da faixa de desconto parcial, haverá uma sobra de R$ 12,7 bilhões até 2027. Esses recursos serão destinados a compensar a redução da alíquota da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), instituída pela Reforma Tributária, além de contemplar repasses para estados e municípios. A medida promete beneficiar milhões de brasileiros que passarão a ter isenção total ou parcial do Imposto de Renda, representando um alívio significativo no orçamento das famílias de classe média.