Defesa do ministro Geddel de anistia a caixa 2 é surpreendente, diz Temer
Em entrevista à imprensa internacional em Nova York nesta quarta-feira (21), o presidente Michel Temer se disse surpreso com a opinião "personalíssima" do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, sobre o projeto de lei que abria brecha para anistia a políticos que são alvos da Operação Lava Jato.
Articulador político de seu governo, Geddel disse na véspera ser "pessoalmente" a favor da anistia para quem praticou caixa dois.
"Isso foi surpreendente para mim, quando eu chegar lá no Brasil vou examinar esta questão", afirmou o presidente. "Pessoalmente, não vejo razão para prosseguir ou prosperar nesta matéria."
Ele não disse como orientará sua base a respeito. "Não tem orientação nenhuma, não daria uma orientação daqui [de Nova York]."
No final dos dez minutos da entrevista, a única que aceitou conceder à imprensa em quatro dias da viagem a Nova York, Temer respondeu se sabia sobre os supostos esquemas de corrupção no PT - de quem o PMDB foi parceiro por anos no Planalto.
"Um dia, eu mesmo me coloquei como vice-presidente decorativo. Eu não tinha participação, não acompanhava nada disso."
Lembrava da já célebre carta que enviou a Dilma em dezembro de 2015. Nela, listou uma série de reclamações e disse que "passou os primeiros quatro anos do governo como vice decorativo", sem "protagonismo político".
Na missiva, que vazou à mídia, também lamentava não ter sido chamado para um encontro com o vice-presidente dos EUA: "Recordo, ainda, que a senhora, na posse, manteve reunião de duas horas com o Joe Biden -com quem construí boa amizade- sem convidar-me".
Temer deixou a entrevista às pressas: tinha uma conversa marcada com Biden para logo mais.
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