Moro nega pedido do MPF e da defesa de Lula para ouvir mais testemunhas na ação do triplex
Moro nega pedido do
MPF e da defesa de Lula para ouvir mais testemunhas na ação do triplex
O juiz também marcou as datas para as alegações finais.
Decisão foi publicada no sistema eletrônico da Justiça por volta das 5h30 desta
segunda-feira (15).
Por Adriana Justi e Thais Kaniak, G1 PR, Curitiba
15/05/2017 08h56 Atualizado há 5 minutos
Moro negou o pedido do MPF e da defesa de Lula para ouvir
mais testemunhas no processo do triplex (Foto: Leonardo Benassatto/Estadão
Conteúdo)
O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato
na primeira instância, negou o pedido
do Ministério Público Federal (MPF) e da defesa do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva para ouvir mais testemunhas na ação penal do triplex do
Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato, antes da fase de alegações finais.
A decisão foi publicada no sistema eletrônico da Justiça
Federal por volta das 5h30 desta segunda-feira (15).
O G1 tenta contato com a defesa de Lula para
comentar a decisão de Moro. Ao G1, o MPF informou que, se houver
manifestação, será nos autos do processo.
Sobre o pedido da defesa, Moro argumentou que faltou
identificação completa como nome e endereço das testemunhas. "Indefiro,
portanto, o requerido por deficiência no requerimento e desnecessidade da
prova”.
Moro afirmou sobre a solicitação do MPF que: “Enfim, este
Juízo já ouviu muitos depoimentos sobre o apartamento triplex e sobre a reforma
dele, não sendo necessários novos a esse respeito”.
O processo investiga se Lula, acusado de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro, recebeu R$ 3,7 milhões em propina, de forma dissimulada,
da empreiteira OAS. Em troca, a empresa seria beneficiada em contratos com a
Petrobras. Veja
detalhes da ação penal. Lula foi interrogado por Moro na quarta-feira
(10).
Na mesma decisão, Sérgio Moro marcou os prazos para as
alegações finais. A acusação terá até o dia 2 de junho, e a Petrobras tem até o
dia 6 de junho para se manifestar. A defesa do ex-presidente poderá apresentar
as conclusões até o dia 20 de junho.
Os advogados de Lula também haviam pedido para o MPF
esclarecer “o status das negociações de acordos de colaboração com José
Adelmário Pinheiro Filho [Léo Pinheiro] e Agenor Franklin Magalhães Medeiros e
os benefícios oferecidos”, conforme consta no despacho do juiz federal.
Moro consentiu a este pedido da defesa do ex-presidente:
“Defiro apenas o requerido para que o MPF, nas alegações finais, informe, caso
eventual acordo tenha sido celebrado e não esteja sob sigilo decretado por
jurisdição de hierarquia superior, o seu teor”.
Léo Pinheiro e Agenor Franklin Magalhães Medeiros eram
ligados à OAS – ex-presidente e ex-executivo, respectivamente. Os dois já foram
condenados pela Operação Lava Jato.
Outra ação penal
Na Justiça Federal do Paraná, Lula é réu em outra ação
penal. O ex-presidente é acusado pelo MPF de receber como propina um terreno
onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao
apartamento do petista, em São Bernardo do Campo (SP).
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, esses imóveis
foram comprados pela Odebrecht em troca de contratos adquiridos pela empresa na
Petrobras.
Os advogados de Lula arrolaram 87 testemunhas de defesa para
este processo, e o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto
Alegre (RD), dispensou
o ex-presidente de comparecer aos 87 depoimentos.
As audiências com testemunhas de acusação, desta ação penal, começaram
em 8 de maio.
Quer saber mais notícias do estado? Acesse o G1 Paraná.
0 comentários: