Coluna desta terça na Folha

17/09

2019


Governadores ranzinzas com Bolsonaro
Governadores do Nordeste se reuniram, ontem, em Natal, e deram mais aderência à resistência dialética da incorporação do discurso de que a Região tem que andar com suas próprias pernas diante da difícil relação com a União. Entre a prática e a teoria, no entanto, há uma distância muito grande.
Se o Governo não tem muito o que oferecer devido à falência do seu caixa, imagine os pobres Estados nordestinos. Alguns deles não pagam em dia sequer a folha de pessoal. Desde a chegada de Bolsonaro ao poder, o Nordeste reclama de discriminação. O próprio presidente foi para a linha de frente e agrediu os governadores da Bahia, Maranhão e Pernambuco.
O fosso se agigantou devido à má vontade dos gestores, todos de partidos de oposição, com a reforma da Previdência. Resultado: estados e municípios acabaram excluídos. Se essa relação azedar de vez e não adoçar, o Nordeste pagará um preço muito caro.
Enfim, juntos – O presidente do Grupo EQM, empresário Eduardo Monteiro, deu uma demonstração de prestígio ao juntar lado a lado o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Júlio, ambos do PSB, com o líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho. Embora tentam aparecido carrancudos nas imagens, o reencontro dos ex-aliados e agora adversários foi extremamente elegante.
Alerta – Os conselheiros da Eletrobras abriram, ontem, uma cruzada no Governo contra a privatização das empresas do Sistema, incluindo a Chesf, cuja bancada nordestina no Congresso torce o nariz para sua inclusão. A Eletrobras investiu cerca de R$ 400 bilhões em sua rede nos últimos 60 anos. Os novos controladores receberiam tamanha estrutura pagando um valor insignificante.
Bolsa-Família – O programa Bolsa-Família tende a acabar nas mãos da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, na reforma ministerial que se avizinha após a votação da reforma da Previdência no Senado. Está prestigiada na Esplanada e o chefe gosta dela, embora alguns militares façam reparos à sua atuação na área relativa a Direitos Humanos.
Avariado – Só quando for conhecido o nome do substituto de Marcos Cintra na Receita Federal será possível medir o tamanho da avaria no casco do transatlântico Paulo Guedes. Em oito meses, não conseguiu recuperar a economia. Seu prestígio junto ao establishment declina rapidamente.
Caixa dois – O Senado deve votar, hoje, o projeto que muda as leis eleitoral e partidária, aumentando brechas para a prática de caixa dois nas eleições do ano que vem e reduzindo a punição de irregularidades. Vai ser guerra. O grupo Muda Senado, com 21 senadores, promete obstruir a votação.
INVASÃO – Mais de mil prefeitos invadem Brasília, hoje, e amanhã, para pressionar senadores e deputados pelas medidas na pauta que garantem, na prática, o avanço para tornar realidade o Pacto Federativo. Entre os pleitos, o rateio do bônus do Pré-Sal e o aumento do Fundo de Participação em 1%.


Perguntar não ofende: Eduardo Bolsonaro fez mais um gol contra ao tratar de curral o eleitorado que elegeu o seu pai?

Aceno de Deltan a Aras: "Saída honrosa"


Aceno de Deltan a Aras estimula tese de que coordenador da Lava Jato busca "saída honrosa".

Folha de S. Paulo  - Painel
Por Daniela Lima

Os acenos de Deltan Dallagnol a Augusto Aras, o escolhido de Jair Bolsonaro para suceder Raquel Dodge na PGR, dividiram opiniões no Ministério Público e alimentaram projeções de que o chefe da força-tarefa da Lava Jato busca uma “saída honrosa” do posto que ocupa hoje. Antes de ser indicado pelo presidente, Aras dizia a interlocutores que, diante dos severos questionamentos à conduta da “República de Curitiba”, o melhor seria Deltan “dar um tempo” e “mudar de ares”.
Há um debate interno sobre o futuro de Dallagnol. O procurador não admite publicamente qualquer mudança, mas vários de seus colegas já dizem que o melhor para ele e para a Lava Jato seria trocar de área de atuação.


Edson Fachin, do STF, pediu informações à 13ª Vara de Curitiba sobre os diálogos travados pelo ex-presidente Lula que não constam dos autos de reclamação da defesa do petista contra o ex-juiz Sergio Moro. A Folha revelou as conversas no domingo (8)

MPF denuncia dois ex-governadores do Tocantins


MPF denuncia dois ex-governadores do Tocantins por desvio em esquema milionário. Segundo MPF, Siqueira Campos e Sandoval Cardoso eram núcleo político de organização, e acertos de propina foram feitos pelo WhatsApp.

O Globo - Por Aguirre Talento

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia à Justiça sobre um esquema milionário de pagamentos de propina e fraudes em contratos públicos durante duas gestões do governo do Tocantins , dos ex-governadores José Wilson Siqueira Campos (DEM) e Sandoval Cardoso (SD). As provas apresentadas pelo MPF revelam que acertos de propina foram feitos por conversas de WhatsApp e envolveram até pagamento de voos para Porto Seguro (BA).
As irregularidades foram descobertas na investigação batizada como Operação Ápia, que apontou a existência de uma organização criminosa no estado para desviar recursos públicos oriundos de financiamentos contraídos com bancos públicos e entidades internacionais. O núcleo político, segundo o MPF, era formado pelos ex-governadores Sandoval Cardoso e Siqueira Campos e pelo filho deste, o hoje deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM), que era secretário de relações institucionais no governo do pai e já foi senador e ex-prefeito de Palmas (TO).
A denúncia foi protocolada na quinta-feira e é assinada pelos procuradores Daniel Luz Martins de Carvalho, José Ricardo Teixeira Alves e Rafael Paula Parreira Costa, da Procuradoria da República no Estado do Tocantins. Segundo o MPF, foram desviados R$ 35 milhões em contratos firmados entre 2013 e 2016, que abasteceram repasses de vantagens indevidas aos políticos citados. O pivô do esquema era o empresário Wilmar de Oliveira Bastos, da empresa de engenharia EHL, que teria se beneficiado das fraudes.
Procurada, a defesa de Eduardo Siqueira Campos afirmou que ainda não teve acesso aos autos. A defesa de Sandoval Cardoso disse que também não tomou conhecimento da denúncia, mas afirmou que a investigação está em andamento há quatro anos e que não foram encontradas provas contra seu cliente. A defesa de Wilmar não retornou os contatos da reportagem, e os advogados de Wilson Siqueira Campos não foram localizados.
Wilson Siqueira Campos, Eduardo Siqueira Campos e Sandoval Cardoso foram denunciados por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Wilmar é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Caberá à Justiça Federal de Tocantins decidir se os torna réus e abre a ação penal.
Idealizador do estado
Os investigadores obtiveram provas de acertos de propina negociados diretamente por Eduardo Siqueira Campos com Wilmar de Oliveira Bastos, que é acusado de corrupção na denúncia. Em conversa mantida entre eles pelo WhatsApp no dia 15 de outubro de 2014 Eduardo pede ajuda a Wilmar para quitar uma dívida com outro empresário.
“To passando por um constrangimento grande hoje perante o Pedro Roriz a quem devo cem mil (...). Estou recorrendo a quem posso, uma vez que ele me deixou perto da humilhação”, afirma Eduardo ao empresário. Wilmar pergunta: “Posso ligar para ele?”. Eduardo responde: “Se for para pagar, sim”. A conversa prossegue e o deputado insiste: “Wilmar, desculpa, vc consegue pagar?”. O empresário assegura: “Vou assumir, Eduardo”. Outra conversa, entre Wilmar e o então governador Sandoval Cardoso, na qual Sandoval chama o empresário de “sócio”, também chamou a atenção dos investigadores.
Os investigadores obtiveram uma planilha de voos das aeronaves particulares do empresário e descobriram que Wilmar bancou voos para Eduardo Siqueira Campos e sua família. O MPF aponta que o expediente era uma espécie de pagamento de propina ao político. A planilha registra que, em 6 de janeiro de 2014, a aeronave partiu da cidade de Paraíso de Tocantins transportando “familiares do Eduardo Siqueira Campos” com destino a Porto Seguro (BA). No dia seguinte, a planilha registra que o próprio Eduardo Siqueira Campos foi transportado para Porto Seguro. O deputado voltou a Palmas no dia 12 de janeiro, também na aeronave do empresário. Seus familiares voaram de volta no dia seguinte.
O MPF cita diversas obras de pavimentação e conservação de rodovias estaduais como alvos das fraudes e desvios de recursos. As fraudes, segundo a denúncia, tiveram a participação de Wilmar e dos políticos citados.


O então governador Siqueira Campos, idealizador da criação de Tocantins, deixou o cargo em abril de 2014 para concorrer ao Senado, mas depois desistiu da candidatura. Quando ele renunciou, o governo seria assumido pelo vice João Oliveira, mas este também abriu mão do cargo para que a gestão fosse capitaneada por Sandoval, que ficou no cargo até o fim do ano. Segundo o MPF, houve um acerto ilícito para que Sandoval continuasse tocando o esquema

Mensagens fragilizam versão sobre delação da JBS


Mensagens entregues por ex-procurador ao STF fragilizam versão da PGR sobre delação da JBS.

Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima

Mensagens reveladas pelo ex-procurador Marcello Miller ao Supremo colocam em xeque a versão de que a PGR não estava a par da participação dele no caso J&F. Como mostrou o Painel, Miller entregou ao STF informações que foram omitidas de relatório dos investigadores.
No depoimento, o ex-procurador narrou conversa com o então coordenador da Lava Jato na PGR, Sergio Bruno, do dia 10 de abril de 2017, véspera de reunião para tratar de delação e leniência.
Nas mensagens, Miller ressalta que está trabalhando para a JBS, explica que havia feito contato com procuradores americanos e pergunta: “Outra coisa: vocês estão em paz com a perspectiva de eu participar (…) da leniência aqui no Brasil?”.


Nas sombras Bruno pede que Miller o procure no Telegram. Depois, responde: “Quanto à sua participação, vou dar minha opinião —não falo pelo grupo, muito menos pelo [Rodrigo] Janot: acho que ela será muito profícua para chegarmos a um acordo, mas eu, no seu lugar, não apareceria, tentaria atuar nos bastidores”.

Renan é indicado para compor CPMI das fake news


Folha de S. Paulo - Painel 
Por Daniela Lima

Renan Calheiros (MDB-AL) foi indicado para compor a CPMI das fake news. O senador quer levar ao palco deste colegiado a discussão sobre as mensagens de Deltan Dallagnol e Sergio Moro reveladas pelo The Intercept, apesar de elas estarem no centro de outra investigação parlamentar.


Descontada a provocação, o objetivo do senador na CPMI, dizem seus aliados, é provocar discussão sobre o aperfeiçoamento da lei que regulamenta atuações na internet. Renan busca fórmula para inibir a ação de robôs que propagam conteúdos falsos ou difamatórios.

Palavra do dia - Não desista, tenha fé!



Dá-me forças, como prometeste, e eu continuarei vivo; não permitas que eu fique desiludido com a minha esperança. (Salmos 119:116)

Homem morre e duas pessoas ficam gravemente feridas após acidente em Pesqueira



Uma colisão entre dois veículos matou um homem e deixou duas pessoas gravemente feridas, na noite deste sábado (14), na BR-232, no município de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco.